O que somos, o que queremos ser, o que queremos manter e o que pensamos conquistar...
O ser humano vive em busca da permanência. Da conquista de algo que lhe permita depois repousar. Adquirir um trabalho para depois ter um rendimento, encontrar companhia para depois ter apoio, senpre pensando que no futuro terá a garantia do sossego e da prosperidade.
A natureza da natureza é a da mudança constante, por isso todos os seres vivos vivem na constante procura pela sobrevivência. Nenhum ser vivo, a par do ser humano, vive em função do conquistado durante muito tempo. Toda a condição é vivida no dia a dia e fruto do esforço árduo do próprio.
O ser humano comprou a ideia que é possível produzir o suficiente durante um determinado periodo da sua vida e depois viver descansado o resto da sua vida, ignorando as regras básicas da natureza. Acabamos pensando que aquele que tem de trabalhar até morrer é um desgraçado, o que tem uma propriedade simples não teve sucesso e por aí em diante.
Este modo de vida tem um impacto gritante na forma como lidamos connosco mesmo...
Nascemos e somos "educados" pela família e pela comunidade envolvente e tornamo-nos como "somos". Temos qualidades e defeitos, temos a nossa personalidade e o nosso "feitio" e assim vivemos toda a nossa vida, ignorando o facto de sermos um diamante em bruto por lapidar.
Ignoramos pela simples razão de ignorarmos o princípio básico da natureza, o da mudança. A mudança constante diz-nos que é uma perda de tempo viver para eternizar o que é impossível eternizar (sobretudo se a vida nos for madrasta) e que, por outro lado, o que é hoje não é da mesma forma amanhã. Então a minha personalidade e "feitio" não são iguais ao que já foram no passado, por mais que achemos isso. E, se colocarmos em nós a consciência, iremos descobrir o quanto podemos lapidar este diamante. O quanto podemos transformar os nossos "defeitos" o quanto podemos afinar as nossas "qualidades" mudando por completo o nosso "feitio" e consolidando a nossa personalidade através da singularidade.
Entender que o instante é a conjugação do espaço e do tempo e que ambos produzem a transformação é fundamental. Vivermos segundo essas leis primordiais de forma consciente permitir-nos-á alcançar estados de consciência imensamente superiores, entendendo melhor a vida e tornando-nos socialmente mais impactantes e por isso importantes (no sentido comunitário e não egoísta)
O mundo precisa de cada um de nós no seu melhor. Precisa que cada um deixa de olhar para fora de forma analítica e dualista e comece a olhar para si, refinando o seu Eu para que a comunidade possa beneficiar profundamente.
Está na altura, como sempre esteve, de dar esse passo pois só assim a mudança será possível, depois de acontecer dentro de nós