quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

A ilusão da distância, a percepção do tempo, a objectividade e subjectividade dos mesmos

O tempo, o espaço, a percepção, a objetividade e subjectividade. Tudo é gerido no âmago do ser, ou não será?

Quando nascemos o tempo está estagnado. Parece um carro velho, sempre avariado e a cada vez que anda fá-lo devagar. Porém à medida que crescemos, o carro vai regenerando, ganhando velocidade, ao ponto de andar em excesso de velocidade e sem travões. Incontrolável, por fim.
A percepção que temos do tempo é por isso bem diferente nas diferentes fases da vida. A intensidade com que vivemos, as distrações, as preocupações e ocupações geradas alteram por completo a percepção que temos do tempo
O espaço... Também quando nascemos tudo nos é gigantesco, inacessível, fantástico e glorioso. À medida que crescemos e começamos a dominar o que nos rodeia, tudo se torna banal, a própria distância se ultrapassa com todos os transportes rápidos que temos à disposição.
Tudo está ao nosso alcance, até que um dia, a vida tira-nos tudo e voltamos a ficar subjugados pelo espaço. 
Curioso é, que nessa altura o tempo volta a parar.

Acho por isso fascinante a reflexão sobre estes dois factores que moldam a vida humana e que a medem. Como é que eu posso desacelerar ou acelerar o tempo, como posso dominar ou deixar-me contagiar pelo mesmo a meu belo prazer?

Será isso possível?

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Desconstruindo o homem sobrenatural, aceitando-me como súbdito de Deus

O Homem tem, em toda a sua história, assumido um papel divino e portanto paternalista sobre o mundo em que vive.

Forçamos a evolução do vizinho com ...persuasão...

Reconstruímos o que destruímos com a ideia de fazer melhor

Aniquilamos a biodiversidade e julgamos regenerar o equilíbrio com uma visão autista da sustentabilidade

Desprezamos as necessidades do corpo e da mente mas julgamos ter a capacidade de criar a pílula que nos mantém plenos,sem que o mérito tenha lugar.

Gerámos sociedades desiguais e depois damos esmola aos que estão por baixo considerando isso caridade.

O Homem, que na verdade é hOMEM adoeceu, desenvolveu a psicose de se achar DEUS, achou-se no direito de se apropriar de tudo e alguns, de todos. Um DeUs assimétrico, um DeUs que julga e critica, que ajuda e põe de parte. Um DeUs que faz de acordo com os seus desejos e interesses, um DeUs que ajuda quando pode, quando isso não o perturba. O hOMEM tornou-se num DeUs que de DEUS apenas a palavra possui, pois em tudo o resto, nada se assemelha a ele


Chegados aqui há que deixar de sonhar, há que descer à terra, respirar fundo, e VER, SENTIR e OUVIR a nossa mortalidade, a nossa pequenez, a nossa insignificância apenas contrariada pela capacidade de destruição, pois esse sim é uma grande capacidade do ser humano...

Por isso aceito-me como súbdito de DEUS.

Porque não quero ter o fardo daquilo que não sou
A responsabilidade sobre algo do qual não sou capaz
Porque quero combater a ilusão, a ilusão que os sentidos me oferecem

Como súbdito, não planeio interferir
não pretendo intervir

Desejo apenas poder não desejar. Quero apenas que o meu coração siga os desígnios do altíssimo e que não tenha qualquer outra ocupação que o possa confundir.

Desta forma, acredito que nada do que possa fazer, irá ferir o mundo. Pois o que DEUS criou apenas ele pode gerir, apenas ele pode eliminar. Se eu for apenas uma ferramenta de DEUS, então não serei eu a agir, mas será ele.
E por isso tudo aquilo que possa vir a acontecer, será por vontade Dele e não minha. O meu coração pode descansar em paz, a minha consciência engrandece e o meu espírito imortaliza-se