quarta-feira, 25 de março de 2009

Ao Mestre da vida

Livres são eles,

Despidos de forma e aparência,

Tolerantes às mudanças,

Prontos para tudo e incomodados com nada.


São eles o Vento e a Água,

Governam o mundo sem governar,

Governados pelo Céu,

Vivem dando vida a tudo,

A Água fonte da Vida,

O Vento pilar do dinamismo e da fertilidade

Os dois elementos divinos que alimentam a Terra,

Da qual nascem montes e vales,

Que acolhem a Água e guiam o Vento.


Rica é a harmonia numa manhã celeste,

O cântico dos pássaros,

O sopro nas folhas das árvores,

Os saltos dos peixes no rio,

Tudo isto acontece aos olhos do divino espectador,

Daquele que actua na inércia,

Que fala sem palavras,

Nos guia pela intuição,

Ele que está dentro dos nossos corações e nos anima,

É a ele que tudo se deve,

A ele que agradecemos,

Graças a ele contemplamos,

Os montes e vales

O combate eterno entre as ondas do mar e as rochas da terra,

O cheiro do Jasmim e da Gardenia,

A brisa da Primavera que nos acaricia a face,

E tudo o aquilo que nos anima,

Tudo,

E mais ainda,


Porque o totum é perfeito


A Ti devemos Obrigado

segunda-feira, 23 de março de 2009

A nova doença...

...a obcessão pela saúde


Numa nova fase da humanidade e com o ressurgimento das medicinas holísticas, começa a aparecer, mais do que a fobia pela doença, a obcessão pela saúde.


Ao contrário da medicina Ocidental, que ignora alguns distúrbios orgânicos, aceitando-os como “normais”, a medicina holística tendo como referência a saúde, avalia todos os desequilíbrios, lutando constantemente no caminho da saúde perfeita.

Sendo esta uma atitude de louvar, permite, por outro lado pensar, que nunca estamos bem e muitas das vezes, a sobrevalorizarmos os nossos desequilíbrios.


Hoje muitas pessoas que buscam a saúde, estão obcecadas pela mesma, queixando-se sempre de algo, e procurando sempre o porquê desse aparente desequilíbrio. Embora seja importante cada um de nós valorizar o nosso corpo e cuidar dele, devemos aceitar o facto, de este estar diariamente sujeito a alterações que muitas das vezes, e embora temporariamente, não são agradáveis nem positivas. E se por um lado, a pessoa que não dá valor à sua saúde e não cuida do seu corpo e da sua mente, está sempre sujeita à doença, que com a falta de cuidado, leva à cronicidade da mesma e a uma morte precoce; do outro lado, a pessoa que está obcecada com a saúde conseguindo muitas das vezes cuidar do seu corpo físico, estando invariavelmente impossibilitada de atingir a saúde mental, devido à obcessão que a mesma tem pela saúde.


O facto de nunca estarmos satisfeitos com o nosso estado leva-nos ao sentimento de frustração, descontentamento, revolta, depressão, etc. Isto não revela a necessidade de abandonar o caminho da saúde, apenas de o reforçar, dizendo que o caminho para a saúde é longo, talvez interminável, e que se a saúde é física, ela é essencialmente mental e espiritual. E para que consigamos atingir a saúde ao nível mental e espiritual, temos de estar em paz com nós mesmos , abraçarmos os nossos defeitos e alegrarmo-nos com as nossas virtudes.


Devemos caminhar a um passo calmo e certo, reconhecendo que outros andarão mais depressa, outros mais devagar. Deveremos estar centrados em nós mesmos, estar atentos ao nosso crescimento, apoiarmos as nossas fraquezas como se de um filho se tratasse e felicitarmo-nos diariamente por estarmos a caminhar para crescer diariamente.


A saúde começa no momento em que aceitamos que somos doentes. Este reconhecimento e a força de melhorar, é saúde!


Por isso não há razão para nos sentirmos mal com nós mesmos, insatisfeitos, tristes ou frustrados. Estamos a conquistar a saúde de dia para dia. Com altos e baixos, aprendemos e reconhecer-nos e a identificar as nossas fraquezas.

Dêem valor à saúde reconhecendo a doença como uma ferramenta fundamental e essencial para a mudança.